F 1 à moda americana

Que os americanos são os reis do espetáculo todo mundo sabe, pois mesmo você por acaso, não gostando de ver NBA (basquete), NHL (hockey) ou NFL (futebol americano), sabe que ao assistí-los, a garantia de se ver um espetáculo é certa. E agora eles acabam de chegar na F1! A categoria que por 3 décadas esteve sob o controle do ex-todo-poderoso Bernie Ecclestone, já está mudando a sua cara para se tornar digamos, um esporte mais americanizado e quem sabe, ainda mais global. (leia-se lucrativo, competitivo e ainda mais milionário).

O comprador foi a Liberty Media, um dos maiores conglomerados de entretenimento e media do mundo, que no fim de 2016 pagou 8 bilhões de dólares pela empreitada e promete reinventar a categoria. E de cara, a primeira medida foi afastar de vez o velho Bernie que nos anos 70 transformou a F1 no esporte mais bilionário do planeta com cifras e lucros equivalentes aos da Copa do Mundo e Olimpíadas. ‘A diferença é que eu organizo uma Olimpíada a cada 15 dias’, costumava dizer. Numa jogada de mestre e na ocasião tida como maluca, foi centralizar a transmissão e os cortes de câmera, passando assim a controlar quem aparecia mais para uma audiência de 1 bilhão de espectadores. Com isso, tudo que deveria ou podia aparecer, passava por ele. Leia-se: muita grana!

 

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As mudanças prometidas agora pelo novo dono da categoria promete aumentar a interação entre pilotos e fans. Seja em eventos ou redes sociais, como já acontece por exemplo com o UFC. Dando assim maior peso a internet e as redes sociais, algo que nunca atraiu muito o velho Bernie. O novo site da F1 inclusive foi completamente remodelado e apresenta agora informações completas sobre tudo o que acontece na categoria, aparecendo no topo das buscas para qualquer coisa que se pesquise sobre F1. Algo que praticamente não existia antes.

Como os americanos não são bobos nem nada, agora você também pode comprar Experiências F1 que lhe garantem acesso a espaços restritos, a lendas e pilotos do esporte. Para o GP de Monte Carlo por exemplo, os pacotes variam de US$1.900 a quase US$ 10.000! Algo que não existia antes e que você agora pode comprar diretamente pelo site da F1. Quer algo mais americano do que isso?

O outro objetivo dos novos donos, mais de longo prazo, é dar maior equilíbrio entre as equipes. Todos sabem o quanto os americanos gostam de estimular a competitividade, não é? Na NFL por exemplo, o pior time tem o direito de pegar o melhor jogador do Draft. Algo impensável até bem pouco tempo na F1, onde quem anda na frente ganha mais dinheiro da TV e quem fica fora dos 10 primeiros, mal recebe um vale-refeição. Na temporada passada, por exemplo, a Manor foi a 11ª colocada e pediu falência no final do campeonato!

Para isso acontecer, muita água ainda vai passar por debaixo da ponte, mas para a temporada 2017 os carros foram completamente modificados em suas medidas de pneus, asas, pisos e chassi. Deixando-os parecidos com os carros da Fórmula Indy. Com os carros maiores, mais largos e mais compridos, os ‘bichos’ estão ainda mais ferozes. Vamos ver agora como será o campeonato daqui pra frente. Torço para que a categoria volte a ser o que já foi um dia. Afinal dos americanos, pode-se esperar tudo! Eles são mestres quando o assunto é entretenimento.

Vamos torcer!

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