Campo de futebol não é lugar de polícia!

Polícia entrar em campo em final de campeonato é um certo resquício da Ditadura. Na final de hoje entre Cruzeiro x Atlético pela Copa do Brasil, pelo menos 8 policiais de capacetes e escudos gigantes brindavam os torcedores com sua truculência. Que país é esse? Perguntaria meu amigo Renato Russo…

E o que falar de um estádio com apenas uma torcida?! Não faz o menor sentido! Não existe competição se não existir a torcida rival. O Galo foi campeão, mas cadê a sua torcida nas arquibancadas? Estava há quilômetros dali, assistindo ao jogo num telão improvisado dentro do ‘seu’ Estádio Independência! Ué, pensei que fosse o Mineirão o estádio do Atlético, assim como é do Cruzeiro.

Pra onde foi o espetáculo? A volta olímpica? A emoção? Os choros do título?! Não teve?! — Não, não teve. Não teve nada! Só se via a torcida azul empunhando centenas de ‘logomarcas’ do Cruzeiro! (com certeza distribuídas pelo Departamento de Marketing do Clube).

A torcida atleticana, teve direito à apenas 1800 ingressos, vendidos a preço de ouro. O grito de “O Mineirão é nosso” entoado pelos jogadores ao levantar a taça, pareceu fora de lugar.

As torcidas…impedidas de verem o jogo lado-a-lado, comemoravam juntas nas ruas de BH, a conquista dos dois maiores campeonatos do Brasil, uma taça pra cada lado.

Ruim pro futebol, pro Campeonato Brasileiro, pros patrocinadores (a Sadia inclusive assina o ‘naming’ do evento, apesar de canal algum chamar a competição de ‘Copa Sadia do Brasil’). Ou seja, ruim pra todo mundo! O Rica Perrone comentou sobre isso no post Allianz, porra!.

Futebol não é uma guerra e está se tornando a cada dia que passa, cada vez mais um espetáculo de entretenimento e claro, negócios. Sugiro verem a entrevista do Carlos Miguel Aidar, gestor, advogado e presidente do São Paulo, no Bola da Vez da ESPN (disponível na íntegra no WatchESPN). Com uma visão bem interessante sobre esse momento.

P.S.: Soube agora que os jogadores do Atlético vão até o Estádio Independência pra saudar a torcida. Francamente, quem ainda vai estar lá dentro do estádio ‘comemorando’ sentado no concreto?! Ninguém, né?!

O futebol realmente traz grandes lições.

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